O advogado Eduardo Peña ajudou nas negociações envolvendo Grêmio e OAS.
Enviei para ele a pergunta que segue.
Dr. Eduardo. O senhor acha que esse negócio envolvendo credores e Metha pode respingar na compra da gestão da Arena?
Curto e grosso: pode melar a compra?
RESPOSTA: “Não vejo hipótese de o negócio ser anulado, porque foi vantajoso para todos, inclusive para os credores habilitados na Recuperação Judicial, pois quitou uma dívida do Grupo em valor superior a R$ 300 milhões.
Ademais, nem há pedido neste sentido na petição que foi juntada aos autos da RJ.
O objetivo não é anular o negócio.”
ENTENDA
A compra da gestão da Arena do Grêmio — vinculada ao Grupo Metha (antiga OAS)está sendo contestada judicialmente em meio à recuperação judicial da companhia, cuja dívida chega a R$ 6 bilhões.
Credores afirmam que a venda para o empresário Marcelo Marques ocorreu de forma irregular.
Eles apontam que o ativo havia sido avaliado em “zero”, mas foi negociado por R$ 50 milhões logo após a aprovação do plano de recuperação judicial.
Segundo o vice presidente Eduardo Magrisso isso em nada implica na compra da gestão.
A Metha informou não ter ativos e recebeu R$ 50 milhões pela Arena.
Um credor teria questionado.
Quer a divisão da grana entre os credores.
TRANSFERÊNCIA
Em outubro o presidente Alberto Guerra, e o empresário Marcelo Marques assinaram a transferência da gestão da Arena para o Grêmio.
Pela gestão, Marcelo Marques pagou R$ 145 milhões.
Assim o clube assumiu a administração do estádio oito anos antes do que previa o antigo contrato com a OAS, que era 2033.
Marques desembolsou R$ 145 milhões junto à Arena Porto-Alegrense — empresa ligada à antiga construtora, OAS e Metha — e dois terços da dívida pela construção do estádio que estavam nas mãos do fundo de investimentos Reag e da empresa Revee, dedicada infraestrutura e eventos.
