Problemas globais “só se resolvem com mais tecnologia”

Problemas globais “só se resolvem com mais tecnologia”

 

Em 40 anos muito mudou e nos próximos 40 vai continuar a mudar. Foi precisamente o futuro, tanto o mais próximo com o mais longínquo, que esteve em discussão na conferência “Uma nova Economia para o Mundo e a Humanidade”, organizada pela AESE Business School para celebrar o seu 40º aniversário, com o apoio do Expresso.

Sem nunca colocar de parte as dificuldades atuais, a nota dominante na 15ª reunião de antigos alunos da instituição foi otimismo, com o presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, a deixar uma mensagem no final de elogio ao “percurso [da AESE] de grande qualidade e inovação na educação empresarial em Portugal” e a pedir a todos para manterem “compromissos com os outros”. Sem esquecer as dificuldades porque, como recorda a vencedora do Prémio Pessoa 2020, Elvira Fortunato “qualquer país que não aposte em ciência vai nivelar por baixo”.

O panorama económico e social português, assim como as respostas, nas mais variadas vertentes, que estão a ser dadas para o adequar ao contexto global, estiveram em destaque ao longo do dia, num evento que contou, além dos já mencionados Elvira Fortunato e Marcelo Rebelo de Sousa, com Fátima Carioca, reitora da AESE; António Pita de Abreu, presidente do Agrupamento Alumni da AESE; António Brochado Correia, presidente da PwC para Portugal, Angola e Cabo Verde; Bruno Proença, AESE; Miguel Setas, presidente da EDP Brasil; Luís Cabral, AESE e Stern NYU; Ana Isabel Trigo Morais, CEO da Sociedade Ponto Verde; João Bento, presidente dos CTT; Miguel Pinto Luz, vice-presidente da Câmara Municipal de Cascais; José Fonseca Pires, AESE; Daniel Susskind, Universidade de Oxford; Sanjay Podder, Global Lead for Technology Sustainability Innovation da Accenture; Elvira Fortunato, Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade NOVA de Lisboa; Paula Panarra, diretora-geral da Microsoft Portugal; Pedro Afonso, CEO da VINCI Energies Portugal; Cal Austin, Idea SprintLab Pfizer; Ricardo Reis, London School of Economics; Agostinho Abrunhosa, AESE; Rui Diniz, presidente da comissão executiva da CUF; Marco Arcelli, CEO da EP; Ana Paula Reis, cofundadora da BridgeWhat; Maria João Toscano, directora executiva na Associação Dignitude; Pedro Pires de Miranda, CEO da Siemens Portugal; Jordi Canals, IESE; e, José Ramalho Fontes, presidente da AESE.

Conheça as principais conclusões do evento.

Cooperação global

  • A pandemia é prova cabal de que só com cooperação a todos os níveis é possível ultrapassar problemas globais com implicações locais
  • “A pandemia é muito democrática”, defende Maria João Toscano, porque permitiu ver que só é possível proteger-nos se protegermos os outros

Transição tecnológica

  • A digitalização acelerou a grande velocidade ao longo deste período e as instituições que não definirem políticas estruturas neste campo correm o risco de ficar para trás
  • Esta transição baseia-ne na utilização mais alargada de tecnologia mas também numa aposta mais concertada na investigação científica e em mais sinergias entre empresas e academia
  • “Há muitas profissões que não conhecemos hoje e que vão surgir no futuro”, lembra Pedro Afonso

Aposta nas competências

  • A transição digital implica uma aposta necessária no desenvolvimento de competências digitais, campo onde Portugal continua atrás da média europeia
  • “É uma realidade que precisamos de agir naquilo que são as novas competências” para “capacitar a população ativa”, acredita Paula Panarra

Papel das novas gerações

  • Para Pedro Pires Miranda é claro que o “nível de educação é o fator determinante de sucesso dos países” para construir o futuro
  • As novas gerações serão essenciais e é preciso desenvolver da melhor forma uma mentalidade mais alerta e preparada para as grandes questões que vão moldar a sociedade
  • “O que fizermos hoje será julgado pelas gerações futuras”, reforça José Ramalho Fontes