o futuro da cadeia automotiva

o futuro da cadeia automotiva

Quais as tendências do setor automotivo para os próximos sete anos?

Essa foi a pergunta básica que o Next7 colocou em discussão no primeiro debate da série “Presente/Futuro”, realizado na última quarta-feira (06.04) no auditório do Hyde Park, em São José dos Campos. O encontro ocorreu das 16h às 19h e reuniu na plateia cerca de 150 pessoas, entre empresários, investidores, criadores de startups e estudantes.

Participaram do encontro Daniel Capelossi Caramori, gerente sênior de Relações  Governamentais da GM América do Sul, Luiz Fernando Carvalho de Souza, coordenador de Projetos do Parque Tecnológico de São José dos Campos, e Maurício Ogawa, diretor do Senai em São José. Também fez uso da palavra o diretor geral do Parque Tecnológico, Jeferson Cheriegate. Cada palestra teve duração de 20 a 30 minutos (confira o conteúdo no site de Next7).

Um dos idealizadores do Next7, o advogado Tarcísio Soares forneceu a senha para o debate. “Nós queremos trazer a debate as perspectivas de cada segmento, como o automotivo, para conectarmos cada setor e o vislumbramos o futuro, de forma a não nos tornamos obsoletos. O único momento em que podemos atuar é no presente. O futuro, só podemos olhar para ele, alinhar ações e corrigir rotas,  para estarmos presentes no futuro e não descartados nele”, disse.

De olho nesse futuro, Daniel Capelossi Caramori abriu o debate falando sobre mudanças climáticas e o impacto dele na sociedade e na indústria automotiva. “O planeta precisa se resfriar e nós precisamos de ações imediatas nesse sentido, ações que não são de uma empresa isolada, mas de toda a sociedade”, disse. Segundo ele, o papel da indústria automobilística nesse debate é buscar veículos com baixa emissão de carbono. “O mundo vem apontando para a necessidade de um veículo zero emissões”, afirmou Caramori. E, segundo ele, a indústria automobilística mundial vem chegando a um ponto de inflexão, onde veículos elétricos cheguem ao mercado com preços competitivos.

“No futuro, o cenário ideal é termos zero acidentes, zero congestionamentos e zero emissões”, acrescentou.

O gerente sênior de Relações  Governamentais da GM América do Sul falou ainda sobre esse desafio em diversos países do mundo e sobre possíveis incentivos ao consumidor para a adoção de veículos elétricos. “Nos Estados Unidos e em países da Europa, a compra do veículo elétrico é incentivada com um cheque, de US$ 7.500, para um veículo que custa US$ 35 mil. É uma alternativa. Mas existem outras formas, como, por exemplo, a isenção de Zona Azul para veículos elétricos. São alternativas a serem buscadas”, disse. 

Em seguida, Luiz Fernando Carvalho de Souza, coordenador de Projetos do Parque Tecnológico de São José dos Campos, falou sobre o perfil do PQTec, fomento à pesquisa, novas oportunidades de negócios e como tudo isso reflete no setor automotivo. “Temos mais de 400 instituições ligadas ao Parque, 130 em nossa área física e 9 universidades. Somos uma ‘tabela periódica’ de possibilidades”, brincou.

Dentro do setor automotivo e de mobilidade urbana, Luiz Fernando falou sobre diversos projetos do PQTec, como a Rota 2030 e o aplicativo de carona Bynde, além da tecnologia 5G da Ericsson, essencial no conceito de cidades inteligentes e mobilidade urbana. “Inovação e conexão é tudo o que a gente faz”, disse. O coordenador lembrou também do programa IGM Acelera, lançado em parceria com a GM, que tem como objetivo estimular o desenvolvimento de bons projetos de inovação em fase inicial, serão aceitas ideias de todo o Brasil para participar do processo seletivo.

Novo diretor geral do Parque, Jeferson Cheriegate completou a explanação falando do compromisso do PQTec com o desenvolvimento integrado.

Um Senai diferente do que a maioria das pessoas conhece foi o tema da palestra do diretor da unidade do Senai de São José dos Campos, Maurício Ogawa. Ele falou sobre o carro elétrico desenvolvido pelo Senai (veja texto nesta página) e o investimento da instituição em tecnologia, pesquisa e formação de profissionais para o futuro. “Hoje não se fala mais em profissão, mas sim em qualificação”, disse ele, falando para mais de 40 estudantes presentes, do Curso de Mecânica do Cephas. A eles, Ogawa mostrou um “mapa” de como se preparar para o mercado de trabalho, se qualificando como um profissional essencial, múltiplo e conectado.

 Um calendário de debates

O debate sobre a cadeia automotiva é o primeiro de sete encontros setoriais planejados pelo Next7 para 2022. Estão sendo estudados debates sobre o setor aeroespacial; o setor de energia, gás e petróleo; a cadeia produtiva da construção civil e seus reflexos no desenvolvimento das cidades; o comércio e o mercado de franquias; a indústria cervejeira; e a indústria farmacêutica e de saúde. A meta é realizar um encontro por mês, reunindo representantes de empresas, investidores, startups e a academia em um mesmo ambiente de debate, difusão de informação e geração de conhecimento.

Carro elétrico do Senai, exposto nesta quarta-feira no saguão do edifício Hyde Park, como parte do evento do Next7 sobre cadeia automotiva. Fruto do esforço coletivo das unidades do Senai SP, modelo está em São José dos Campos para receber uma célula de hidrogênio, em parceria com a Tesla Brasil. Modelo também foi vencedor de uma das competições da Olimpíada do Conhecimento, realizada em Brasília, em 2016, apresentado pelo Senai de Lençóis Paulista. Uma novo versão beta de carro futurista está sendo planejada.