Bienal de Arte e Tecnologia projecta a cidade além fronteiras

Bienal de Arte e Tecnologia projecta a cidade além fronteiras

Vários espaços culturais acolhem, entre os dias 12 e 22 de Maio, a edição número 1 da Bienal de Arte e Tecnologia – Index. O evento integra o plano de acção cultural de Braga enquanto Cidade Criativa da UNESCO para as Media Arts.
Avaliada em mais de 200 mil euros, a iniciativa permite promover internacionalmente a Estratégia Cultural da cidade. “Este projecto visa catalisar esta dinâmica cultural nossa cidade, dar oportunidade a um maior contacto com as media arts por parte dos bracarenses e dar visibilidade internacional à cidade de Braga nesta mesma arte”, afirmou o presidente da Câmara Municipal de Braga. Ricardo Rio assegurou que o evento tem todas as condições para ser “um marco recorrente na nossa estratégia para fortalecer a visibilidade internacional que a cidade de Braga tem de continuar a ter nesta área das media arts”.
Cláudia Leite, administradora do Theatro Circo, classificou o Index como sendo “o nosso evento mais audacioso e com caracter mais internacional da Braga Media Arts”. A responsável pelo Theatro Circo destacou ainda que a iniciativa “congrega a melhor produção artística nesta área (das media arts), a nível mundial, mas também projecta a cidade, Faz a ponte com o serviço educativo, com o relacionamento que temos com as outras cidades da UNESCO do sector cultural e recreativo e uma ligação ao sector tecnológico”.
As media arts são um dos pontos-chave da candidatura de Braga a Capital Europeia da Cultura 2027. “Nós também queremos desenvolver, em colaboração com a Capital Europeia da Cultura, a criação de uma nova agenda de desenvolvimento para a região Norte, que junta as media arts com o cinema de Guimarães, com um conjunto de empresas de produção e pós-produção que trabalham nesta área e que cria também relações com a Galiza. Esta bienal tem um poder de projecção desta área”, indicou Cláudia Leite.
A programação ainda não está totalmente definida, mas é certo que vai junta os nomes mais importantes das media arts a nível internacional. “Desafiamos alguns dos nomes mais relevantes neste cruzamento entre a arte e a tecnologia para apresentarem novos trabalhos. Posso assinalar nomes incontornáveis como o filósofo francês Bruno Latour, ou artistas como Florian Hecker, ou os Berru”, disse Luís Fernandes, o director artístico do Index. Outros dos nomes presentes são Frédérique Aït Touati, Bethany Rigby, Ryoichi Kurokawa e Peter Weibel.
Confirmados estão também os projectos seleccionados internacionalmente através de open call. Após o anúncio, em Outubro passado, foram submetidas 127 propostas, provenientes de 45 países. No programa são apresentados os projectos ‘Wander’ de Yuqian Sun (China), ‘Finger Plays’ de Matt-Nish Lapidus (Canadá), ‘Bureau of Cloud Management’ de Tong Wu e Yuguang Zhan (Estados Unidos da América e China) e ‘Para Gardens’ de Areej Huniti e Eliza Goldox (Jordânia e Alemanha).  Em destaque vão estar temas relacionados com a actualidade. “Uma das grandes ques- tões é, por exemplo, a problemática da extracção do lítio que alimenta os dispositivos tecnológicos com os quais criamos arte. Isto impõe uma questão muito importante sobre a qual temos que reflectir. O Index é também um evento de pensamento crítico, para nos questionarmos enquanto sociedade e tentarmos perceber como através da arte conseguimos melhorar a sociedade”, frisou Luís Fernandes.
O evento é composto por Exposições, espetáculos, conferências e conteúdos educativo, que vão decorrer em espaços como o GNRation, o Museu dos Biscaínhos, o Museu D. Diogo de Sousa, o Theatro Circo ou a Reitoria da Universidade do Minho.