Trump pede extinção da Constituição dos Estados Unidos | EUA

Trump pede extinção da Constituição dos Estados Unidos | EUA

De uma só vez, Donald Trump pediu a extinção da Constituição americana, a anulação das eleições presidenciais de 2020 e a sua restauração como Presidente dos Estados Unidos, aproveitando a notícia de que Elon Musk iria revelar, no Twitter, deliberações internas da empresa relacionadas com Hunter Biden, filho de Joe Biden.

“Uma fraude maciça deste tipo e com esta magnitude permite a rescisão de todas as regras, regulamentos e artigos, incluindo aqueles encontrados na Constituição”, escreveu Trump na sua própria rede social, a Truth Social, no sábado à noite.

As declarações bombásticas do ex-Presidente norte-americano vieram no seguimento da decisão tomada por Musk, o novo proprietário do Twitter, de que iria publicar uma série de deliberações internas da empresa relacionadas com uma história do jornal New York Post feita a partir de ficheiros alegadamente pertencentes ao computador pessoal de Hunter Biden.

Donald Trump, que já anunciou que será candidato às presidenciais de 2024, escreveu que os “pais fundadores” da democracia americana “não quereriam, nem aprovariam, eleições falsas e fraudulentas” e voltou a alimentar teorias da conspiração sobre a sua derrota eleitoral nas últimas presidenciais, criticando ainda as empresas tecnológicas por, alegadamente, estarem alinhadas com o Partido Democrata.

As palavras do ex-Presidente dos EUA motivaram uma reacção da Casa Branca, com o porta-voz Andrew Bates a criticar as declarações como um “anátema sobre a alma da nação”, apelando para que Trump seja “universalmente condenado” por estas afirmações.

“Não se pode amar a América apenas quando se ganha. A Constituição dos EUA é um documento sacrossanto que há mais de 200 anos assegura que a liberdade e o Estado de direito prevalecem no nosso grande país. A Constituição une o povo americano, independentemente do partido, e os líderes eleitos fazem o juramento de a defender”, afirmou Bates.

Elon Musk partilhou as deliberações do Twitter – anteriores à sua entrada na empresa com o jornalista Matt Taibbi, que então divulgou numa sucessão de publicações na rede social.

O multimilionário considerou que a empresa censurou então a divulgação da informação sobre o computador pessoal do filho do actual Presidente exposta no New York Post e defendeu que esta fuga de informação seria necessária “para restaurar a confiança das pessoas”.

De acordo com o site de notícias Politico, quando o Post se recusou a apagar uma publicação sobre a história, o Twitter suspendeu a conta do meio de comunicação durante mais de duas semanas, antes de reverter a suspensão, a 30 de Outubro de 2020. O então presidente executivo do Twitter, Jack Dorsey, indicou mais tarde que lamentava a decisão da plataforma de censurar a história.

Num extenso novelo de tuites encadeados, Taibbi revelou ainda que ambas as campanhas presidenciais de 2020 – do então incumbente, Donald Trump, e do candidato Democrata, Joe Biden solicitaram ao Twitter a remoção de mensagens publicadas naquela rede social.

Hunter Biden, cujo estilo de vida errático foi denunciado durante meses por apoiantes de Donald Trump, continua a ser objecto de uma investigação criminal pelo Departamento de Justiça, que se tem concentrado nos seus assuntos fiscais e nas suas operações económicas no estrangeiro, em particular na Ucrânia.